A marcante experiência da peregrinação a Meca
Faz um ano que o historiador Luiz Henrique de Souza – brasileiro, convertido ao Islam – vivenciou a experiência mais marcante de sua vida: o hajj, a peregrinação a Meca, cidade sagrada para os muçulmanos localizada na Arábia Saudita. A FAMBRAS, Federação das Associações Muçulmanas do Brasil, anualmente, patrocina a viagem de muçulmanos a Meca. Ano passado, o historiador foi um dos agraciados por este projeto.
O hajj está entre os cinco pilares sagrados da religião islâmica. Os muçulmanos devem realizar este ato de fé ao menos uma vez na vida se tiverem saúde e condições financeiras para fazer a viagem. Foi em Meca que Mohamed, mensageiro de Deus na fé islâmica, fez a sua primeira e única peregrinação após ser proclamado profeta, na companhia de quase 120 mil fiéis.
O vice-presidente da Federação das Associações Muçulmanas do Brasil, Ali Zoghbi, explica que a peregrinação simboliza desapego, arrependimento e reflexão. “As pessoas usam vestes muito simples, brancas, simbolizando que são todas iguais. E pedem bênçãos e perdão para os pecados”.
De acordo com o relato de Souza, a fraternidade e solidariedade entre os peregrinos o fez vivenciar uma atmosfera única. “Eram pessoas de diferentes nacionalidades, raças e cores bastante unidas, em sintonia. As pessoas ofereciam água, comida ou qualquer outro tipo de ajuda umas às outras. A todo instante me fazia pensar como seria bom viver num mundo que funcionasse assim”, relata.
O historiador compara o hajj à vida – que também não deixa de ser uma peregrinação, com “alegrias, tristezas, obstáculos e vitórias”. “São cinco dias intensos, que exigem muito dos peregrinos. Mas é um ato bastante prazeroso e marcante”.
“Este é um projeto que acontece há muitos anos e tem feito a diferença na vida de muitos muçulmanos que vivem aqui no Brasil, assim como o Luiz Henrique”, explica Ali Zoghbi. “Os fiéis se inscrevem e aguardam a seleção feita pela Federação. Auxiliamos com a documentação e vistos, além de oferecer o acompanhamento de um Sheikh. Este ano, em função da pandemia, não foi possível seguir com o projeto, mas nossas esperanças se renovam já pensando em 2021 ”. Normalmente, Meca recebe, em média, 2,5 milhões de muçulmanos por ano, vindos de todos os lugares do mundo. Porém, por conta da pandemia da Covid-19, o ministro do Hajj Mohammad Benten disse em entrevista coletiva que o governo definirá o número total de peregrinos permitidos, que não deverá passar de mil fieis. O ministro da Saúde saudita, Tawfiq al-Rabiah, também adiantou que ninguém com mais de 65 anos ou com doenças crônicas terá permissão para realizar o Hajj.
Fotos do Hajj 2019 por: Luiz Henrique de Souza