Conheça Ibtihaj Muhammad, primeira muçulmana na equipe americana de esgrima

“Por trás da máscara não sou discriminada”. Essa é uma das frases mais recorrentes de Ibtihaj Muhammad, primeira muçulmana na equipe americana, que lembra que começou na esgrima porque se sentia livre e porque só pode ser julgada por suas habilidades. “Quando coloco a máscara sou eu, uma atleta. Sou vista como uma atleta e só sou julgada por minhas habilidades, não por minha religião, cor da pele ou gênero. Por isso, escolhi este esporte, porque ele me permite ser o que sou e porque ninguém pode ver quem está por trás da máscara”.

Ibtihaj Muhammad tem 30 anos, é afro-americana e muçulmana – a primeira muçulmana da equipe olímpica dos Estados Unidos. No Rio, tentará uma medalha na esgrima. O presidente Barak Obama, que a visitou em uma mesquita de Baltimore em abril, disse a ela para voltar para casa com o ouro.

A atleta chegou a jogar vôlei e tênis e a praticar o atletismo, mas desistiu porque suas roupas, adaptadas aos costumes muçulmanos, a faziam ser caçoada pelos colegas.  Aos 13 anos, por acaso, descobriu a esgrima e se saiu muito bem neste esporte. Ibtihaj sofreu episódios de racismo por estar na equipe olímpica. No site do time, há uma seção dedicada a ela e a suas conquistas, e alguém deixou comentários como este: “Que vergonha. Isso é desagradável. Os muçulmanos não nos representam!”. Em outra ocasião, em um controle de segurança em um aeroporto, ao verem que ela usava o véu pediram-lhe para falar inglês para demonstrar que é americana.

“Quando a gente pensa em um atleta olímpico norte-americano é provável que não se imagina alguém parecido comigo: de pele negra e muçulmana. É isso o que sou: americana e muçulmana. É algo que não posso nem quero mudar, por nada no mundo. Gosto da maneira como fui educada e como cresci. Meus pais me ensinaram a acreditar em mim mesma. Sempre me concentrei nas minhas coisas e segui meu caminho. Todos os obstáculos que encontrei na vida me tornaram mais forte. Trabalhei duro”, afirmou ela na conversa com a imprensa.

Além de atleta, é empreendedora e criou com a irmã uma marca de roupa que leva o nome da avó, Louella. “Estou feliz de estar nos Jogos, tão emocionada que nem sinto o cansaço. Eu represento a mim mesma, meu país e a comunidade muçulmana. Espero que a minha presença na equipe olímpica sirva para mudar a ideia que as pessoas têm dos muçulmanos. Espero acabar com os estereótipos”, afirma. Nos Jogos de Londres, ela não pode competir por causa de um problema em um tendão na mão. Agora, está curtindo o Rio e as estrelas que encontra pela Vila. Entre eles, Rafael Nadal, a quem pediu uma foto.

Texto adaptado do site do jornal El País.

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