Parceria entre governos do Brasil e Portugal cria primeira escola portuguesa no país

A Federação das Associações Muçulmanas do Brasil – FAMBRAS esteve presente no evento de assinatura do documento em prol da diversidade cultural.

No último domingo, dia 11, a Federação das Associações Muçulmanas do Brasil – FAMBRAS participou do evento acordado entre os governos do Brasil e de Portugal onde firmaram uma parceria para a criação da primeira Escola Portuguesa no país.

O projeto propõe que a escola leve ao estudante que se matricular uma matriz curricular com os padrões exigidos pela União Europeia. O ensino português é conhecido internacionalmente como um dos mais exemplares neste quesito. Em Portugal, o estudante permanece na escola até completar seus 18 anos, onde, a partir dos 11, já escolhe as áreas onde pretende atuar. “Essa iniciativa presidida pelos governos do Brasil e de Portugal defende uma educação sem fronteiras, de formação ampla, sem se preocupar com estados e país, mas, sim, com uma educação holística que dê condições ao aluno de montar seu próprio futuro”, comentou Ali Hussein El Zoghbi, vice-presidente da Federação.

A Escola Portuguesa levará ao aluno a oportunidade de um diploma duplo, válido em todo o território europeu, além do Brasil, sem passar pela demora na regulamentação caso queira cursar uma faculdade no exterior. Algo que possibilita ao estudante uma liberdade maior.

No mundo, hoje, existem apenas 8 escolas com o padrão que respeita as normas técnicas exigidas pela União Europeia: Angola, Cabo Verde, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Timor Leste e na região administrativa especial de Macau, na China. “Quando você abre a possibilidade para o aluno ter um certificado reconhecido pela União Europeia, você quebra barreiras, pois permite que ele trace seu próprio caminho e conheça o mundo. Então, caso ele queira cursar uma faculdade fora do país, não será necessário passar pela burocracia que hoje é exigida para a regulamentação de diplomas fora deste padrão”, afirma Delduque Martins, diretor de projetos da Federação.

Ainda para Delduque, a possibilidade de cursar uma escola com padrão europeu traz ao aluno um enriquecimento cultural gigantesco, que não é, muitas vezes, oferecido nos cursos tradicionais do Brasil. “Caso esse aluno ingresse neste colégio, ele terá uma bagagem cultural enorme e uma visão de mundo muito maior em relação à cultura e a profissão que ele quer trilhar”, conclui.

O evento para a assinatura do protocolo que cede o terreno à construção da escola ocorreu no prédio da Diretoria Regional de Ensino da região Centro-Oeste da capital paulista, exatamente onde será construída a escola, no bairro de Sumaré.

A Diretoria Regional de Ensino da região Centro-Oeste é presidida pela senhora Rosangela Aparecida de Almeida Valim que recepcionou o evento, que contou com a participação do governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckimin, o Presidente da República de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, o primeiro ministro do país António Costa, o Ministro da Educação de Portugal Tiago Brandão, o secretário de educação José Renato Nalini e representantes do consulado português no Brasil.

A FAMBRAS este presente no evento para prestigiar e parabenizar essa iniciativa. “Há 50 anos este projeto foi pensado pelos dois governos e deixado de lado, entretanto, hoje, ele já é uma realidade. Nós, quanto difusores da cultura islâmica, acreditamos na importância da pluralidade no ensino cultural e dos costumes dos povos”, afirmou Zoghbi ao cumprimentar Marcelo Sousa, presidente de Portugal.

A Escola Portuguesa de São Paulo será a primeira no país a ser bilíngue com os idiomas português brasileiro e português portugal, e a manter um centro de ensino da língua e cultura portuguesa, com gratuidade de acesso a professores, alunos e servidores da rede estadual de ensino.

O documento assinado pelos países estabelece ainda que, além da cessão do local público, a Escola Portuguesa de São Paulo deverá manter um curso de formação, capacitação e aprimoramento em língua portuguesa destinado aos professores.  Além de manter 10% das vagas destinadas a bolsa de estudo, 100% gratuitas, para alunos com baixa-renda.

O Ministério da Educação de Portugal se compromete pela administração da escola, assim como pela guarda e conservação do prédio, enquanto o modelo de gestão operacional deve ser negociado bilateralmente.

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