Realizado pela FAMBRAS, I Fórum sobre imigrantes e refugiados no Brasil, reúne 300 pessoas em São Paulo
Aconteceu no dia 20 de setembro, no auditório do MASP, em São Paulo, o “E Eu, Onde Fico? ”- I Fórum sobre imigrantes e refugiados no Brasil, realizado pela Federação das Associações Muçulmanas do Brasil – FAMBRAS em parceria com a rede Globo, o Alto Comissariado das Nações Unidas (ACNUR), o Governo do Estado, a Prefeitura da Cidade de São Paulo, a ONG IKMR e o Instituto da Cultura Árabe (ICArabe).
Compondo a mesa de abertura, estiveram presentes representantes das entidades parceiras, bem como a ONG internacional Human Rights Watch e mídia brasileira, representada pelo repórter da GloboNews, Victor Ferreira.
O Fórum foi dividido em dois painéis, dos quais, foram convidados professores, advogados, representantes de entidades, jornalistas e ativistas. Os temas abordados incluíram: políticas públicas no Brasil, a nova lei de migração, papel das entidades sociais e a responsabilidade da mídia no cenário dos imigrantes e refugiados.
Durante todo o evento, os participantes interagiram com os palestrantes e compartilharam opiniões a respeito dessa questão. No intervalo dos painéis, puderam conferir a exposição “Infância Refugiada”, da artista Karine Garcêz e também desfrutaram de novas culturas durante a feira de artesanato formada entre as mesas de culinária síria e congolesa, produzidas por refugiados.
O Fórum teve momentos de muita emoção, como o depoimento da refugiada apátrida, Maha Mamo, que contou sua trajetória e a apresentação do Coro Infantil “Coração Jolie”, composto por crianças refugiadas.
Maha, que passou a ser considerada pela ONU “cidadã do mundo”, ressaltou que gosta de falar sobre suas experiências porque não se vê na mídia pessoas falando sobre o sofrimento dos apátridas. “Eu gostei do evento. O público foi muito diverso, muitas pessoas precisam ouvir o que nós temos para falar, para que eles lembrem que a gente existe. Pois, além de refugiada, eu sou apátrida e a maioria dos brasileiros nem sabem o que é apátrida. Somos 10 milhões no mundo e ninguém sabe, se não for falado, ninguém vai saber”.
O depoimento da apresentadora Isabella Fiorentino abriu a apresentação do Coro Infantil “Coração Jolie”. “Eu sempre fui uma pessoa muito alegre, positiva, nada me abalava, mas quando eu conheci a IKMR e me deparei com todas aquelas imagens de refúgio, minha vida mudou. Minha visão sobre o refúgio mudou, fiquei entristecida e então me tornei ativista”, contou Isabella.
Ao final da cerimônia, com o apoio de todos os palestrantes presentes, foi apresentada a Carta em defesa à Lei de Migração, com o objetivo de atentar as autoridades brasileiras para novas ações em prol dos imigrantes e refugiados no país.