FAMBRAS e Ministério da Justiça firmam Acordo de Cooperação Técnica em prol de pessoas migrantes, refugiadas e apátridas
Ontem (27), em Brasília, a Federação das Associações Muçulmanas do Brasil – FAMBRAS e o Ministério da Justiça e Segurança Pública oficializaram um Acordo de Cooperação Técnica que promete beneficiar migrantes, refugiados e apátridas no Brasil. O acordo, firmado em uma cerimônia solene, marca um importante passo na colaboração entre as duas instituições e visa promover cursos de português como língua de acolhimento, capacitação profissional e atendimento oftalmológico e odontológico.
Representando a FAMBRAS estiveram presentes o presidente, Mohamed Zoghbi, o vice-presidente, Ali Zoghbi, Delduque Martins, diretor de projetos e relações institucionais e Mohamed Charanek, diretor jurídico.
Também estiveram presentes Abdollah Nekounam Ghadirli, embaixador do Irã; Nabil Lakhal, embaixador da Tunísia; Bader Abbas Alhelaibi, embaixador de Bahrein; Ahmad bin Mohammed Al Shebani, embaixador do Catar; Saleh Ahmad Salem Alzaraim Alsuwaidi, embaixador dos Emirados Árabes Unidos; Osama Ibrahim Ayad Sawan, embaixador da Líbia; Faisal bin Ibrahim Ghulam, embaixador da Arábia Saudita; Maen Moh’d Sodii Salem Masadeh, embaixador da Jordânia; Talal Rashed Almansour, embaixador do Kuwait; Ahmad Mohammed Alshebani, embaixador do Catar; Ibrahim Alzeben, embaixador da Palestina e decano do Conselho de Embaixadores árabes no Brasil; Clélio Nivaldo Crippa Filho, do Ministério das Relações Exteriores, e Davide Torzilli, representante da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) no Brasil.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, destacou a importância histórica da assinatura do acordo de cooperação entre o Governo Federal e a FAMBRAS. “Simboliza o compromisso do nosso país em acolher com dignidade e respeito os povos oriundos do Oriente Médio e de países árabes que buscam refúgio no Brasil, transformando-o em uma segunda pátria”, afirmou. Jean Uema, Secretário Nacional de Justiça também destacou a importância do acordo com a FAMBRAS. “Com as ações que nós vamos realizar junto com a FAMBRAS, graças a FAMBRAS, nós vamos integrar pessoas no mercado de trabalho, vamos garantir assistência odontológica, assistência médica. Isso simboliza aquilo que temos de melhor no Brasil: essa tradição acolhedora”, orgulha-se.
Mohamed Zoghbi lembrou a trajetória da entidade em apoio aos migrantes e refugiados. “Desde a sua fundação em 1979, a FAMBRAS sempre esteve comprometida com o acolhimento e o fortalecimento dessas comunidades. Seja por meio de capacitações ou de ações solidárias, sempre buscamos oferecer suporte e oportunidades para essas pessoas reconstruírem suas vidas no Brasil”, afirmou.
Ele enfatizou a confiança do Ministério da Justiça na capacidade da Federação de executar iniciativas transformadoras, tanto na acolhida quanto na capacitação dessas populações. “Com essa parceria, fortalecemos nosso compromisso de construir caminhos de inclusão e dignidade para os refugiados e migrantes, criando novas perspectivas para sua integração ao nosso país”, completou o presidente.
O vice-presidente da FAMBRAS, Ali Zoghbi, reforçou o caráter social e humanitário do acordo. “Essencialmente, ele deve atingir as pessoas menos favorecidas, os refugiados. Então, nós estamos propondo um termo de entendimento onde a nossa experiência no que se refere ao acolhimento principalmente de muçulmanos, pessoas que falam a língua árabe ou pessoas que tenham uma cultura correlata, sejam bem acolhidas aqui”.
O embaixador da Palestina e decano do Conselho de Embaixadores Árabes, Ibrahim Alzeben, também esteve presente na solenidade. Segundo ele, o acordo é histórico e representa um gesto de justiça e humanidade, uma união de esforços para lidar com os desafios da migração e do refúgio. “É histórico, representa um gesto de justiça e humanidade, pois proporciona novas oportunidades para refugiados e migrantes que buscam um novo começo no Brasil”, explicou.
De acordo com o relatório “Refúgio em Números 2024”, no ano de 2023, o Brasil recebeu 58.628 solicitações de reconhecimento da condição de refugiado, pessoas de 150 países diferentes. Foram 8.273 solicitações a mais em comparação com o ano de 2022, quando o país recebeu 50.355 pedidos desta natureza.
Confira imagens: