Muçulmana é a melhor confeiteira amadora do Brasil
Com um bolo de casamento, a muçulmana Samira Ghannoum, de 42 anos, conquistou os exigentes jurados do reality show Bake Off Brasil – Mão na massa, transmitido pelo SBT, e foi a grande vencedora do programa. Agora, ela ostenta o título de “melhor confeiteira amadora do Brasil” e publicará um livro de receitas.
Ao portal UOL, Samira declarou estar muito feliz por ser a primeira mulher de descendência árabe e muçulmana a estar em um reality show no Brasil. “Mas isso não me torna mais especial que os outros, isso me dá mais responsabilidade. Acredito que vou conseguir realizar o sonho de ter minha confeitaria. Agradeço a todos que não me julgaram e respeitaram minha cultura. É o respeito que nos une, independentemente das religiões”.
Além da responsabilidade, a diferença lhe impôs alguns desafios. No episódio em que os participantes tinham que executar uma receita de tiramissù, sobremesa italiana que leva bebida alcoólica, Samira se negou a usar o ingrediente, pois isso iria contra seus princípios religiosos.
“Eu já havia dito que não utilizaria bebida por causa da minha religião. Já haviam me perguntado se eu tinha alguma restrição [em relação a usar alguns ingredientes] porque sabem que é algo normal. No meu dia a dia, eu não utilizo nenhuma bebida e nem derivado de suíno”, explicou.
Casada com um libanês e mãe de cinco filhas, a autodidata Samira faz doces e bolos para complementar a renda familiar – vendidos, especialmente, para a comunidade árabe. Chamou atenção não só pelo talento na cozinha, mas também, pela determinação: em quatro meses, eliminou 28 quilos, mostrando sua preocupação com a saúde.
Atualmente, o formato do programa é sucesso em 20 países. A última edição da Grã Bretanha, onde o programa foi lançado há cinco anos, também teve uma vencedora muçulmana: a jovem Nadiya Hussain. No Brasil, esta foi a primeira edição, que teve como jurados a chef confeiteira Carolina Fiorentino e o empresário Fabrizio Fasano Jr, e apresentação da jornalista Ticiana Villas Boas.
